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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

História do Chapéu


Chapéu


A palavra CHAPÉU provém do latim antigo "cappa", "capucho" que significa peça usada para cobrir a cabeça.
As primeiras modalidades de proteção para cabeça surgiram por volta do ano 4.000 a.C. no antigo Egito, na Babilônia e na Grécia quando o uso de faixas na cabeça tinha a finalidade de prender e proteger o cabelo. A faixa estreita colocada em torno da copa dos chapéus da atualidade (a fita ou bandana) é um remanescente desse primeiro tipo de proteção para a cabeça.
Mais tarde originaram-se os turbantes, as tiaras e as coroas, usadas por nobres, sacerdotes e guerreiros como símbolo de status social. Como sinal de distinção social ou profissional permanecem até hoje os chapéus específicos destinados a pessoas que ocupam determinadas atividades (soldados, marinheiros, eclesiásticos, etc.).
O primeiro chapéu efetivamente usado foi o "PÉTASO" por volta do ano 2.000 a.C.. Tratava-se de um chapéu dotado de copa baixa e abas largas que os gregos faziam uso em suas viagens como uma forma de proteção. Era um tipo prático, ajustável, podendo ser retirado com facilidade, tendo perdurado na Europa por toda a Idade Média (de 476 a 1453).
Na Antiga Roma (por volta do ano 1.000 a.C.), os escravos eram proibidos de usar chapéus. Quando eram libertados passavam a adotar uma espécie de chapéu semelhante ao barrete (boné em forma de cone, com a ponta caída para um lado), em sinal de liberdade. Este tipo foi revivido durante a Revolução Francesa (final do século XVIII), chamado de "bonnet rouge" e se tornou um símbolo do partido republicano durante a República. Outro tipo bastante parecido com o barrete foi o capuz, unido ou não a um manto, amplamente usado na Idade Média.


CHAPÉUS MASCULINOS


Depois da Renascença (século XIV-XVI), os chapéus masculinos adquiriram diversos formatos, sendo ricamente enfeitados, e usados pelos homens poderosos. Data desta época o aparecimento das boinas, na Itália, constituídas de uma peça circular de tecido franzido nas laterais, contendo uma faixa por onde passava um cordão ajustável. Alguns chapéus masculinos ainda guardam certa influência, sendo dotados de pequenos laços em seu interior destinados a ajustar seu tamanho. Outros tipos vieram a seguir, sendo um dos mais marcantes o chapéu de abas largas, enfeitado por peles, ou plumas de avestruz trazidos da América.
O uso dos cabelos compridos em cachos (moda posta em vigor no reinado de Luiz XIV, na França, que usava longos cabelos cacheados, e imitdado por seus cortesãos que começaram a usar também perucas de cabelos naturais), fez com que se começasse a dobrar as abas dos chapéus, primeiramente de um lado, depois dos dois, aparecendo um seguida, o tipo "Tricórnio" - com duas dobras laterais e uma dobra na parte traseira – este hábito durou mais de um século.
Durante a Revolução Francesa (1789-1799), quando as vestimentas foram influenciadas de modo a torná-las mais simples, surgiram os chapéus de copa alta de formato côncavo, que se desenvolveram até darem origem às Cartolas.
Em 1900, o Chapéu Côco feito de feltro de lã e/ou pêlo era o mais popular, aparecendo alguns anos depois os chapéus de palha, os do tipo marinheiro, etc., sendo que a grande maioria dos modelos se originou no Reino Unido.

CHAPÉUS FEMININOS


Os chapéus femininos evoluíram de forma diferente.
Na Idade Média (476-1453), as imposições religiosas obrigavam as mulheres a cobrir completamente os cabelos. O abrigo mais simples era constituído por uma peça de linho, caída sobre os ombros ou abaixo deles. Os véus de noiva e as mantilhas das espanholas são sobrevivência da moda desse tempo. No século XIII, costumava-se prender a este véu, duas faixas: uma sobre o queixo e outra sobre a testa, de modo semelhante ao hábito que as freiras ainda conservam.
No final da Idade Média, era hábito das mulheres colocar uma armação de arame com formatos de coração, borboleta, etc sob a peça de tecido tornando-os extravagantes. Os cabelos eram penteados para trás, escondidos, e, se cresciam na testa, eram raspados para que o chapéu fosse a atração principal. Em 1500 começa-se a usar os capuzes enfeitados com jóias e bordados.
Muitos outros tipos surgiram até o final do século XVIII, quando apareceram as primeiras Chapelarias (lojas onde se comercializam chapéus), que utilizavam em seus chapéus materiais como a palha, o feltro, tecidos, enfeites variados e elaborados de forma a combinar com os penteados altamente sofisticados da época.
Após a Revolução Francesa (1800), surgiram os gorros com abas largas, dotados de uma fita ou faixa que dava um nó abaixo do queixo. Confeccionados com materiais diversos (peles, cetim, veludo, feltro para o inverno e palha e tecidos finos para o verão) eram enfeitados com plumas e outros tipos de adornos.
Em 1860, esses gorros foram substituídos por chapéus de tecido e/ou outros materiais que eram presos à cabeça com alfinetes ou grampos, vindo esse tipo a se tornar muito popular na época.
No início do século XX os volumosos penteados da época originaram chapéus de grandes dimensões, que cobriam os penteados.


MODELOS MODERNOS


Nas primeiras décadas do século XX, os chapéus masculinos em suas formas e estilos, alteraram-se pouco em oposição aos chapéus femininos, que conheceram diversos tipos, com freqüentes variações, até mesmo segundo as estações do ano.
Depois da década de 30 e até hoje, os chapéus passaram a ser encarados como um acessório de vestimenta e proteção.
Nos países tropicais, o uso dos chapéus tem função protetora contra o sol e contra as intempéries. Nos países e climas frios, o chapéu tem uso mais freqüente sobretudo como proteção do vento e temperaturas baixas.
O chapéu é também um acessório importante de vestimenta para caracterizar personalidade de uma determinada pessoa através de suas diferentes formas, materiais e cores.


INDÚSTRIA DE CHAPÉUS


Os materiais mais empregados tradicionalmente na indústria de chapéus são o feltro, a palha e o tecido. O primeiro é obtido tanto do pêlo de animais (coelho, lebre, castor, nútria e carneiro) - originando diferentes tipos e qualidades. Na categoria das palhas, incluem-se diversos tipos de fibras vegetais (folhas e caules), como a juta, o sisal, a ráfia, seagrass,etc.
Além de misturas variáveis que resultam em produtos mais rudes (geralmente usados em artesanato), até materiais industrializados e mais refinados (como o Panamá), atualmente a tendência é a utiliza ção de materiais artificiais, principalmente nos chapéus destinados ao abrigo das intempéries, no sentido de impermeabilização.
O maior produtor mundial de chapéus é os EUA. No Brasil, os Estados que produzem mais chapéus são São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará. Embora importe alguns tipos de chapéus, o Brasil também exporta outros tipos, sobretudo os de feltro de lã e os de palha de carnaúba.
Os materiais usados na confecção de chapéus variam conforme os países e as regiões, dependendo das substâncias disponíveis ou dos costumes das pessoas. Em geral o material deve ser usado dependendo sempre do feitio e da função do chapéu. Por exemplo, os chapéus para chuva geralmente são à prova d’água e os chapéus de verão são feitos de palha e tecido leve.

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